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Uma vida bordada pela música

Uma vida bordada pela música

Aposentada há quatro anos, Regina Lúcia Neves Tavares, de 65, ainda se mantém na ativa como costureira de uma marca de roupas. Mas é nas composições que borda seus mais belos versos. Moradora de Vila Valqueire, encontrou no Rio de Música a linha e a agulha para tecer sonhos que a devolvem à infância.

“Minha mãe sempre foi empregada doméstica e trabalhou por muito tempo numa casa na Tijuca, do dono de um cassino. Vários artistas iam lá… Roberto Carlos, Jorge Ben, Erasmo Carlos, Tim Maia… Era muita gente boa! Um dia, minha mãe saiu correndo da cozinha gritando que o Roberto estava tocando no rádio. Foi uma alegria geral, lembro dele com aquelas calças apertadinhas, com a boca de sino”, conta Regina.

“A escola recebe bem todas as idades, mas o que mais me chamou atenção foi ver que pessoas da terceira idade, como eu, eram bem-vindas. Não se encontra isso por aí, não é comum.”

Aluna do Rio de Música desde setembro do ano passado, descobriu o projeto através de uma reportagem feita pelo “RJ”, da TV Globo. Ali, diante da televisão, encantou-se com as melodias e as histórias daqueles que, em algum tempo, seriam seus professores e colegas.

“A escola recebe bem todas as idades, mas o que mais me chamou atenção foi ver que pessoas da terceira idade, como eu, eram bem-vindas. Não se encontra isso por aí, não é comum”, elogia a estudante, que faz aulas de canto e percussão, mas já planeja incluir o violão em sua rotina.

“A música me salva da loucura.”

Na festa de encerramento do semestre passado, Regina foi além: brilhou ao cantar “Redenção”, música de sua autoria que fala como o samba é capaz de transformar as tristezas do dia a dia.

“A música me salva da loucura, da inércia. É o que me faz deixar minha marca no mundo. Você não consegue materializar a música, é algo espiritual. É uma ponte que vai do presente para o passado e, às vezes, para o futuro”, ressalta: “A música é minha companheira, o lugar onde choro as mágoas e as minhas desilusões, celebro as vitórias. A música está sempre ali”.

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