Comecei a tocar violão aos treze anos e baixo aos quatorze. Tom Jobim e Beatles praticamente juntos. Em seguida fiz o curso Musiarte, me formando em 1996. Mais tarde, estudei baixo acústico com Sandrino Santoro, Tony Botelho, Gael Lhoumeal, André Geiger e João Rafael.
Fiz faculdade de jornalismo e radialismo mas abandonei o curso em 1998. Meses depois ingressei na Oficina do Itiberê Zwarg – essa foi minha universidade e formação musical. A oficina eventualmente virou Orquestra e passei sete anos lá. Ensaiávamos três vezes por semana com ou sem show marcado, fizesse chuva ou sol. Foi uma experiência marcante participar de arranjos e composições do Itiberê feitos na hora, com os músicos presentes.
Desde minha saída da Orquestra em 2006 venho tocando e colaborando com instrumentistas, cantores(as) e compositores(as) brasileiros(as) que muito admiro como Hermeto Pascoal, Edu Lobo, Hamilton de Holanda (trio e Baile do Almeidinha), Cristóvão Bastos, Maria Bethânia, Dori Caymmi, Francis Hime, Monarco, Pedro Miranda, Nina Wirtti, Zeca Pagodinho, Ney Matogrosso, Leo Galdelman, Zé Nogueira, Sergio Galvão, Idriss Boudrioua, Edu Neves, Raul de Souza, Vittor Santos, Gabriel Grossi, Bebê Kramer, Márcio Bahia, Luciana Souza, Letieres Leite, Guinga, Maury Buchala, Áurea Martins, Monica Salmaso e Renato Brás. E estrangeiros como Harvey Wainaple, Maria Toro, Sergio Valdeos, Eyal Maoz, Chris Stover e Mark Lambert.
Com eles, tive a oportunidade de viajar pelo Brasil e por outros países como Argentina, Uruguai, Portugal, Itália e Japão. Toquei em lugares como Sala São Paulo, Teatro Solís (Montevideo), Teatro Coliseu (Porto e Lisboa) e Blue Note (Tokyo).
Posso dizer com gratidão e certeza que minha carreira se caracteriza por parcerias com artistas livres, cuja música respeito e gosto de ouvir; isso foi uma escolha. Lucina (meu primeiro trabalho profissional em 1995), Joyce Moreno (com quem viajei pelo Japão) e Antônio Adolfo (com quem gravei programas e fiz shows) são três exemplos, ícones da música independente e autoral.
E da nova geração destaco os trabalhos com o Bamboo Quinteto, Ilessi, Thiago Amud, Arthur Dutra, Rafael Martini, Joana Queiroz, Bernardo Ramos e Sylvio Fraga.
Neste momento participo dos grupos desses dois últimos compositores, do novo projeto de Edu Lobo, Romero Lubambo e Mauro Senise (com os quais tive a alegria de ganhar um Grammy Latino em 2018), do quarteto de Senise, do Cordão do Boitatá, além do meu trabalho solo.
Há seis anos coordeno e dou aulas no Rio de Música, projeto social iniciado na comunidade do Jacarezinho e agora instalado em Manguinhos, atendendo alunos e alunas da Maré, Alemão e entorno. Este é sem dúvidas um dos grandes desafios e uma das maiores alegrias na minha vida.
Em 2019 compús a triha da instalação ” a cor que habito”, no Oi Futuro/RJ, de Carmen Slawinski, e em 2021 a trilha da instalação “Cidade Viva”, da mesma artista. Ainda em 2021, acaba de entrar em circuito o documentário “Nunca mais serei a mesma” de Alice Lanari. Compús a música de encerramento do filme.
Ainda em 2019 apresentei pela primeira vez meu show solo fora do país, na Fábrica Braço de Prata em Lisboa/Portugal.
Em 2020 completei 25 anos de música profissional gravando meu primeiro álbum solo, intitulado “anso gocun ferregoná sou tê”. Este disco foi lançado em 2021. Em função da pandemia de Covid 19, os shows de lançamento ocorrerão em 2022.