Alunos com deficiência visual descobrem que ouvidos podem ser olhos para ver o mundo

Alunos com deficiência visual descobrem que ouvidos podem ser olhos para ver o mundo

Em meio a vultos e objetos de contornos indefinidos, a música surge com mensagens nítidas, que se moldam às emoções de Fábio Santos, de 46 anos. Aluno do Rio de Música, ele foi acometido por uma neurotoxoplasmose há seis. Ficaram a cegueira total do olho esquerdo, apenas 10% de visão no olho direito, limitações na coordenação motora e uma vontade imensa se seguir na música, já que era percussionista e os movimentos passaram a ser um desafio. Foi pela flauta que Fábio descobriu, há dois meses, uma nova forma de ver o mundo: através da audição.
“Tenho restrições também nos dedos, mas não me impedem de tocar flauta. As aulas são uma forma de superação, permitem que eu não perca minha musicalidade. Através da flauta toco corações. A música é um jeito não apenas de ver o mundo, mas de me mostrar para o mundo. O instrumento fala por nós, qualquer instrumento bem tocado tem o poder de passar uma mensagem”, afirma o morador de Manguinhos, que há dois meses conheceu o Rio de Música através de uma mensagem de WhatsApp no grupo do Complexo Esportivo da região.

 

 

Casada com Fábio, Ivonilda Dantas, de 41, perdeu totalmente a visão há 22 anos por causa da diabetes. Também aluna do Rio de Música, vê no projeto uma maneira de conectar-se a outras pessoas.
“É isso o que a música faz, né? Une nações, pessoas, ideias… A música me leva a lugares onde jamais sonhei estar fisicamente, torna minha vida mais leve, suave”, diz Ivonilda, que na escola conseguiu, enfim, realizar um sonho de infância: “Desde menina eu queria tocar piano e tive a felicidade de encontrar o Rio de Música no meu caminho”.

 

 

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