Ai que saudade d’ocê

Quando a saudade aperta, o jeito é encontrar uma forma de diminuir as distâncias. E esse foi um dos (muitos) desafios de 2020. Em meio à pandemia, o Rio de Música se reinventou, descobriu caminhos e cruzou o ano de mãos dadas com seus alunos. Ainda que virtualmente. Para celebrar essa conquista e marcar a pausa nas aulas, promovemos um encontro. E tome emoção, porque essa troca entre professores e alunos gera uma relação que vai além das salas. Todos ensinam, todos aprendem.
“A pandemia serviu para nos aproximar de algumas pessoas, ao mesmo tempo que nos afastou de outras. Tem sido muito difícil, ainda mais para nós cariocas, que gostamos dessa coisa do calor humano, do contato, do abraço. É triste ver tantas pessoas que ficaram desempregadas, amigos que morreram em decorrência da doença. A música, nesse contexto, foi um conforto para todos nós”, ressaltou Daniele Costa Junqueira, a Dani, que trabalha como secretária no projeto e, durante a pandemia, aproveitou para participar das aulas virtuais de canto. E cantou lindamente a música “Ai que saudade d’ocê”. Nada mais apropriado…
Thamires Rozeno e Romilda Bento comentaram as dificuldades para se manterem ativas no Rio de Música, mas admitiram que o esforço valeu a pena.
“O começo foi bastante complicando, principalmente por causa da internet. Batia um desânimo. Pensei em desistir, mas depois consegui manter a animação. A iniciativa do Rio de Música em seguir com as aulas foi muito importante para mim”, disse Thamires.
“Fiquei muito ausente do projeto. Precisei ajudar meu marido e fomos trabalhar em uma obra. Muitas vezes era de lá que eu entrava pelo celular para acompanhar as aulas”, revela Romilda.
A pandemia, porém, trouxe descobertas.
“Aprendi mais do que nas aulas normais. Sinto falta de tocar com meus colegas, mas percebi que o aprendizado evoluiu muito neste modelo de aulas por vídeo. Consegui desenvolver bem a parte de melodia e acompanhamento no violão, com o auxílio do professor Bernardo”, elogiou Rodrigo Paiva.
Paloma Silva e Camila Oliveira seguiram na mesma batida.
“No começo foi bem difícil, mas percebi um progresso em mim de um tempo para cá. Durante o estudo na pandemia, consegui pegar mais músicas de ouvido e melhorei minha leitura de partituras. Tenho muito a agradecer aos professores pela paciência e persistência em manter o projeto funcionando neste período”, afirmou Paloma.
“Consegui ter mais foco no estudo, além de me reconstruir em relação ao trabalho. Preciso agradecer muito a paciência da professora Aline, porque eu demoro muito a pegar as lições. Mas não sou de desistir de nada a que me proponho fazer. O projeto foi muito importante para nos ajudar a atravessar esse ano, e agradeço muito por ele estar presente na minha vida neste momento tão difícil”, destacou Camila.
Que as aulas presenciais não demorem a voltar. Porque faz tempo que não te vejo, quero matar meu desejo; te mando um monte de beijo, ai que saudade sem fim.